Assim como diversas descobertas, a descoberta da terra redonda veio do Oriente Próximo, no século 3 a.c, na grande metrópole daquele tempo, a cidade egípicia de Alexandria. Ali vivia um homem chamado Eratóstenes. Um de seus conteporâneos, invejoso, o chamava de "Beta", a segunda letra do alfabeto grego por considerá-lo segundo em tudo. Hoje é evidente que o Eratóstenes era o "Alfa".
Ele era astrônomo, historiador, geógrafo, filósofo, poeta, crítico teatral e matemático. Ele também era diretor da grande biblioteca de Alexandria, farei um artigo só sobre a biblioteca e seus grandes gênios. Um dia, leu num livro de papiro que no posto da fronteira meridonal, em Assuã, próximo da primeira catarata do rio Nilo, ao meio dia do dia 21 de junho, bastões enfiados em posição vertical do solo não projetavam sombra. No dia do soltíscio de verão, o mais longo do ano, à medida que a manhã avançava, as sombras da coluna do templo ficavam mais curtas, e ao meio dia elas desapareciam. Nesse momento se podia ver o reflexo do Sol em um poço, o Sol se encontrava exatamente no ponto mais alto do céu.
Provavelmente, se 99% das pessoas que lessem essa informação, durante toda a história, não ligariam e ficariam entediadas, mas Eratóstenes era um cientista, e um gênio. Suas reflexões sobre esse assunto mudou o mundo, e de certa forma o criou. No dia 21 de junho, em Alexandria, durante o meio-dia ele posicinou bastões no formato vertical, e percebeu que formavam sim uma sombra.
Eratóstenes se perguntou como era possível em um local ter uma sombra e em outro, ao mesmo tempo, não ter. Como Alexandria se posicionava muito ao norte, e única conclusão plausível, pelo menos para nós do século 21, é que a terra era redonda. Ele não só descobriu isso como também considerou que o Sol deveria estar a uma distância colossal para poder ter esse tipo de sompra em objetos posicionado verticalmente, outro acerto.
Mas ele fez mais, ele contratou uma pessoa para media a distância entre Alexandria e Assuã, e descobriu que era de de aproximadamente 300 km. Depois descobriu que a diferença de inclinação era de 7 graus, entra a sombra dos dois bastões. Então, ele fez uma simples conta de três => (300/x = 7/360). Trezentos está para x, o valor que quer descobrir assim como 7 graus está para 360, o ângulo de um círculo. Realize essa conta. O resultado é exatamente 40.000, a circunferência da terra. Ele descobriu com uma precisão quase perfeita, com uma margem de erro de poucos %, isso 2200 anos atrás somente c com bastões, pés para medir a distãncia, cérebro e uma baita de uma curiosidade.
O mundo mediterrâneo era famoso por suas navegações, e Alexandria era o maior porto do globo. A partir do momento que Eratóstenes descobriu que a terra era uma esfera, corajosos e audazes marinheiros tentaram realizar grandes viagens, isso com navios minúsculos e com a única forma de navegação sendo as estrelas e o Sol. Pare posicionamento, faziam estimativas de distância e de direção percorridas e ficavam o mais próximo da costa quanto podiam. Já naquela época as estrelas eram as grandes amigas dos exploradores, reconhecer uma estrela ou uma constelação era reconfortante em um oceano e um mundo completamente inesplorado. Imagina as histórias de ousadia de pessoas que tentaram atravessar o oceano apostando sua vida em um matemático de Alexandria, tudo na bravura e esperança de riqueza. Mas ninguem conseguiu circo-navegar a terra até Fernando de Magalhões.
Na época de Eratóstenes construíram-se globos incrivelmente corretos do não explorado mediterrâneo. O geógrafo Estrabão, já no século 1 d.c, escreveu que os que retornaram da tentativa de circo-navegar a terra tiveram dificuldades apenas na provisão e na coragem, sem a extensão do mediterrâneo, era possível ir da Europa as índias. Ele também escreveu que, considerando a extensão do mediterrâneo, era possível existir uma terra inesplorada lá, assim como seres inferiores. (Ele acertou)
A exploração da terra foi um empreendimento mundial, e tem destaque vários grandes e corajosos navegadores, que, sem nenhuma ajuda, navegavam em mundos desconhecidos.
O ponto culminante foi a descoberta da América por Cristovão Colombo. Colombo era vendedor ambulante de mapas da antiguidade e um assíduo leitor de cientistas antigos.
Colombo era fassinado pela empresa das índias orientais e apresentou seu projeto para chegar ao Japão, China e Índia não pela África, mas pelo mediterrâneo. Uma coisa interessante é que para que Colombo conseguisse financiamente a viagem não poderia ser muito grande, para que não faltasse provisões. E, segundo o cálculo de Eratóstenes, o mediterrâneo era gigantesco e eles morreriam na viagem. Então, Colombo pegou o menor exemplo que achou nos livros da terra, diminuiu e muito seu tamanho para que fosse aprovado, ele ainda mostrou os cálculos para a diretoria e tudo. Se eles não descobrissem a América inevitavelmente morreriam na viagem de fome e sede.
É impressionante a precisão dos mapas antigos. E é uma vergonha de 1000 anos depois de Eratóstenes a ideia da terra plana tenha voltado a assombrar o mundo, felizmente depois de Colombo, Fernando Magalhães e Galileu, com a ajuda de Copérnico claro, apenas alguns remanescentes conspiracionistas remanesceram.
Fonte: Cosmos, Carl Sagan (livro e série)
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