Ciclos Econômicos

writer: Daniel Matos

A economia de mercado que está em vigor hoje em quase todo o mundo funciona me cilcos, esses são chamamos ciclos econômicos

Um ciclo econômico é uma flutuação recorrente e irregular do mercado global. Ele afeta todos os setores e apresenta as seguintes fases:

O ciclo econômico afeta: a produção, o consumo, investimento, empregos e preços.

Essas oscilações cíclicas ocorrem de tempos em tempos e possuem duração variável.

Durante toda a história da humanidade, esses ciclos se relacionavam muito com a prosperidade da safra e do clima. Hoje em dia, especificamente pós revolução industrial, está mais relacionado a deterioração de liquidez e expansão de crédito, que geram essas flutuações conhecidas como ciclos e que, é importante destacar, aconteceriam mesmo sem governos.

Nos ciclos que precederam as crises de 2008 e de 1929, por exemplo, ocorreram por uma expansão de crédito artificial, motivadas por uma baixa taxa de juros, que gerou um momento de grande pujança e prosperidade, porém foi tudo uma prosperidade artificial, que na prática não era de fato um aumento de consumo real, e que acabou gerando depressões econômicas. Na crise de 2008 por exemplo, após a bolha da NASDAQ me 2000, mais conhecida como a bolha da internet, houve uma redução gigantesca da taxa de juros para que a crise não se agravasse e gerasse uma depressão. A menor taxa foi vista após o 11 de setembro. Com esse aumento de liquidez artificial, houve um grande crescimento no ramo imobiliário, houve mais construção, mais investimento, e etc, até que se descobriu que todo esse crescimento não era real e não significava um aumento efetivo da oferta, o que acabou explodindo e tornando os imóveis hipotecados sem valor algum, e os bancos e cidadãos de todos os países ficaram endividados. Esse ciclo começou em 2000 e teve seu ápice de prosperidade em 2009, até que a depressão veio

Essa mudaça repentina e, muitas vezes, artificial no mercado pode acabar gerando empresas zumbi, empresas que não dão lucro real mas que, por causa da expansão de crédito, continuam funcinando, cada vez se endividando mais e sem um aumento real de demanda, um aumento de oferta falso. Em 2008 foi uma bolha mais focada na parte imobiliária, em 1929 foi de quase todos os setores. E todas as duas expansões de crédito foram feitas pelo FED(federal reserve), o Banco Central norte americano, e como o dólar é uma reserva de valor para o mundo todo, acabou tendo repercussões globais.

Indicadores de ciclos:

Indicadores por tipo => atividade, preço, confiança/expectativa, monetários

Indicadores por prazo => antecedentes que vem antes da crise, como taxa de juros, coincidentes que vem junto com a crise, e atrasados que vem depois da bomba, como desemprego e inflação.

Todos os indicadores devem ser analisados, porque um ciclo afeta a todos, e não comente alguns.



Os ativos também se movem em ciclos.

Em cada fase de um ciclo, ocorre uma grande variação de risco/retorno. Tanto é que se você tivesse investido muito em imóveis em 2001 e vendido tudo um mês antes da crise, você ganharia muito, mas se comprasse imóveis e vendesse depois da crise, você provavelmente perderia dinheiro.

Alguns setores não são tão afetados quanto outros.

A técnica de "buy and hold", comprar e segurar, vai te falir se você não entender em que parte do ciclo você está, lembre-se que antes da crise de 2008 todos achavam que estava tudo indo prefeitamente bem, e que a economia nunca havia estado melhor.

Assim como em 23 de Outubro de 1929, um pouco antes da crise, o professor Irving Fisher disse: "The nation, is marching along a permanetly high plateau of prosperity". Tomara que ele não tivesse muito dinheiro em ações.

Provavelmente, o principal sinal de um ciclo econõmico é a inversão da taxa de juros. A curva de juros é o rendimento de cada título do tesouro americano por um determinado tempo, como eu disse anteriormente o dólar é a reserva de valor global e todos os demais bancos do mundo seguem a sua deixa.

Bancos centrais e ciclos

Os bancos centrais, desde o princípio, eram os guardiões da moeda. Mas, a partir de 1850 mais ou menos, eles passaram a interferir diretamente na economia. Como eles controlam as taxas de juros, a inflação e também títulos de dívida do tesouro, eles controlam a economia global, e não, eu não estou exagerando.

Os bancos centrais agem da seguinte forma: Quando a economia começa a acelerar e a ficar muito aquecida, o FED eleva a taxa de juros, para assim não permitir a escalada de preços, o que acaba diminuindo a liquidez e a inflação. Uma coisa interessante é que cada vez maior essa taxa de juros para conter a escalada dos preços está diminuindo. Agora, quando ocorre uma crise, o FED reduz a taxa de juros para que a liquidez aumente e a economia fique aquecida. Quando a economia sobe muito, eles aumentam novamente para impedir a inflação, e assim vai.

Podemos entender então, que o verdadeiro objetivo do banco central é acabar com os ciclos economicos, o que ainda não aconteceu, pelo contrário, o banco central diminuiu algumas crises gerando outras, mas que pode acontecer, eu pessoalmente não acredito nisso.

Não acredita em mim? Você estaria certo em não acreditar em mim? Então acredite nas tabelas a seguir tiradas de fontes oficiais, as fontes estão escritas nas imgens.

Juros americanos desconsiderando a inflação

Na imagem acima podemos ver exatamente o que eu falei. Em 1980 houve o aumento empressivo da taxa de juros, quase 20%, para diminuir a inflação, o que deu certo. No ano 2000 houve a explosão da crise da internet, que o banco central resouvel abaixando os juros para quase 0, que abaixou ainda mais no pós 11 de setembro. Isso acabou gerando o grande nível de cresimento e de liquidez do mercado, e também representou um aumento na taxa de juros para que não houvesse o aumento da inflação, depois todo esse crescimento acabou com a bolha imobiliária de 2008, que teve como consequência a baixa novamente dos juros para quase 0, e que só voltaram a subir em 2015, para ver como a crise foi lá no fundo.

Gastos do fed

Essa imagem acima mostra o crescimento do "patrimônio" do FED durante os anos. Durante a crise de 2008 ele quase que dobrou, porque o FED passou a comprar títulos de dívida de bancos e de empresas. O FED passou de 870 milhões de dólares, para 4.5 trilões durante a crise de 2008. E você pode me perguntar, de onde veio esse dinheiro? Da impressora, não exatamente da impressora, mas o FED ele cria dinheiro do nada e o controla com sua taxa de juros, por isso que quando a economia passa a crescer muito o FED automaticamente aumenta a taxa de juros para assim evitar a grande inflação.

Crescimento de empresas zumbi

Como você pode ver no gráfico acima, o crescimento das empresas zumbi cresceram muito, mais que dobraram, de 2000 para 2008.

Um país onde, de tanta falta de liquidez, deixa o juros a quase zero a um bom tempo e não tem previsão de aumentar é o Japão, sim o Japão. Dependendo da sua idade você pode não saber, mas existia uma grande expectativa do Japão ultrapassar os Estados Unidos em riqueza, o que acabou não acontecendo e provavelmente nunca vai acontecer, isso porque o Japão está completamente estagnado economicamente com uma baixa taxa de juros e mesmo assim com uma baixa liquidez. Veja as imagens abaixo:

Taxa de juros do Japão:

Taxa de Juros do Japão

Pode parecer muito, mas veja que está negativa, localize a posição do 0.

Crescimento do Japão

O Japão tem um baixo crescimento desde a grande queda de 2009.


Hoje, os banos centrais controlam boa parte da economia mundial, cerca de 35% da economia americana está sustentada pelo FED, e 53% da economia da zona do euro está sendo sustentada pelo Banco Central Europeu.

Uma coisa interessante é que algumas commodities, como o ouro e o bitcoin, possuem um alto crescimento durante esses períodos de baixa liquidez e, consequentemente, inflação.

Se você notou um padrão das crises passadas com o momento pré pandemia, você está certo, estavamos chegando perto de uma crise, no mínimo uma desaceleração da economia, antes da pandemia, mas esse é assunto para um próximo artigo.

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