A idade moderna é um curto período de tempo, se comparado à idade antiga, mas mudou tudo. Para entender como o homem medieval, totalmente focado em Deus, se tornou o homem moderno, importante destacar que hoje vivemos no período conteporâneo e não moderno. Uma mudança tão radical, de um homem religioso para crítico, com participação política, usando a ciência no seu dia à dia demora. Os eventos que mais influenciaram isso foram os eventos da idade moderna, as grandes navegações, o renascimento, e as reformas religiosas. Depois da idade moderna, o mundo que antes estava totalmente dividido, com muralhas nos feudos para se proteger do mundo exterior, esse mundo foi transformado em uma mundo cada vez mais globalizado. O processo de globalização se iniciou nessa época, assim como a primeira fase do capitalismo. Todos esses fatos estão interligados, pela perseguição religiosa os protestantes britânicos foram para os Estados Unidos, onde fundaram as 13 colônias. Com a diminuição do poder da igreja catôlica na Europa, eles rapidamente se concentraram na américa latina, e vemos as repercuções disso até hoje. Esses são alguns exemplos, nesse texto veremos sobre o Renascimento.
Re + nascimento significa que algo está nascendo de novo, está voltando. Classicismo é um outro nome para essa revolução na sociedade. O renascimento foi uma transformação radical nos valores científicos, artísticos, culturais, econômicos, políticos e sociais. Nesse caso o que voltou foram os valores antigos, greco-romanos, nas àreas citadas anteriormente. Durante a idade média, todos esses valores eram teocéntricos, focados em Deus, e controlados pela igreja. Havia um monopólio intelectual em todas as àreas, a vida do homem era totalmente religiosa. O renascimento veio para acabar com esses valores, e trazer de volta os valores greco-romanos. Ao invés do teocentrismo, em que Deus e a igreja eram o centro, teremos o humanismo, em que o homem é o centro do universo. Um exemplo era o estado láico, em que o uso de crenças religiosas que interfirem nas decisões políticas não são permitidas/recomendadas. Assim como a valorização do homem.
O homem, a razão, a ciência, as artes e o homocentrismo substituíram Deus, a fé, a arte religiosa e o teocentrismo. Os renascentistas não eram todos ateus, só buscavam entender as coisas, e retratá-las, usando o livre pensamento láico. As artes passaram a usar matemática e anatomia, a volta da razão e o fim do temor à Deus.
O berço do renascimento foi na península itálica em cidades como Florença e Veneza. Isso se deve porque foi exatamente na península itálica que ficava o centro do antigo império romano, as instituições, o comércio, as grandes obras arquitetônicas, tudo permaneceu. Os italianos viam sempre as grandes obras contruídas pelos romanos, ouviam histórias de seus antepassados, era uma importante rota comércial que durou mesmo durante a idade média, o que garantia intercâmbio de ideias com a grande potência científica da época, a Ásia. Uma coisa que a história nos mostrou: instituições fortes raramente rugem, e o império romano tinha muitas instituições fortes. Imagine italianos nascendo ouvindo histórias de seus antepassados que dominaram o mundo, juntamente com histórias de mercadores asiáticos e suas invenções, sempre vendo as grandes estradas e obras arquitetônicas romanas, agora imagine que essa pessoa seja um gênio. Mesmo que esse ambiente para o desenvolvimento de mentes e exploração de suas capacidades fosse bem pior e mais difícil do que hoje, era bem mais propício que no resto da Europa. Agora, para uma mente desenvolver seus projetos é necessário dinheiro. E a Itália também tinha dinheiro, os chamados mecenas bancaram obras de artes, engenharia, arquitetônica, e, mais tarde, as grandes navegações. Os mecenas eram formados por banqueiros, a burguesia que estava em formação, comerciantes e, o maior dos mecenas, a igreja catôlica. Lembrando que o vaticano está sendo formado nessa época, quase todas as obras do vaticano são do renascimentos. Os acumuladores de capital usaram esse dinheiro para investir no desenvolvimento da humidade, visando o lucro, esse era a transição do feudalismo para o capitalismo comercial ou mercantíl.
Mais tarde os mecenas também bancaram as grandes navegações, o nome América, dado ao continente descoberto, era de um banqueiro italiano rico. Hoje em dia chamam os grandes patrocinadores do atlético mineiro de mecenas, isso porque eles são bilionários e dão dinheiro para o clube como forma de investimento.
Essa mudança de mentalidade demorou, sempre importante lembrar disso, e começou um pouco antes do fim da idade média. Também é importante lembrar que a itália era um grande entreposto comercial, ainda é, e permaneceu durante a idade média. Mesmo que os valores renascentistas não agrade, a igreja, ela bancou os artistas, até porque eles eram muito bons, mas sempre rigorosos quanto ao conteúdo das obras. Temos também o fim do feudalismo e o começo do capitalismo mercantil, a primeira fase do capitalismo. O fim do teocentrismo para o racionalismo, humanismo e cientificismo.
O que era riqueza durante a idade média era terras, a posse de terras. E existia castas sociais bem definidas, o clero, os senhores, camponeses, soldados. Isso mudou, riqueza deixou de ser a posse de terra e passou a ser acumulação de capital, assim como o sistema de castas deixou de existir, a ascensão social passou a ser bem mais comum, e os que antes eram considerados ricos, se tornaram os burgueses, banqueiros e comerciantes. Uma pessoa passou a poder nascer capones pobre, e morrer banqueiro rico, e vice-versa. Isso era praticamente impossível antes do capitalismo mercantíl. Assim como as nações deixara de crescer 1% por século e passaram a crescer 10, 20% por ano. Outra mudança foi a separação entre teologia e filosofia, que antes eram vistas como a mesma coisa.
Um dos principais motivos para a mudança e queda do renascimento e surgimento de uma nova sociedade foram as guerras religiosas, para isso veja se já tem um texto sobre as reformas no site, várias guerras entre catôlicos e protestantes ocorreram na Europa, e vários massacres dos dois lados.
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