Busca de vida extraterrestre

writer: Daniel Matos

Até hoje já lançamos as 2 Voyagers, a Pioneers 10 e 11, e a New Horizons em direção às estrelas. São artefatos atrasados e bem primitivos considerando as distâncias interestelares. Esperamos que isso mude no futuro, que as viagens sejam mais rápidas e que contenham humanos. Tem bilhões de planetas no sistema solar, será que alguns deles contem vida? Será que alguma vida distante já examinou a terra antes? Embora tenham vários casos de visitas de extraterrestres na Antiguidade e ainda hoje que nos fazem pensar que a terra está cheia de ETs, não existe nenhuma visita comprovada desses extraterrestres. Talvéz nós que devemos procurá-los.

Se recebêssemos uma mensagem de rádio de uma civilização extraterrestre, como seria possível compreendê-la? Uma civilização que conseguisse enviar uma mesagem para nós com certeza seria elegante e avançada, devem querer que a mensagem seja bem entendida e compreendida e como as chances dos ETs falarem inglês ou portugês é zero eles devem tentar usar outra forma de comunicação, uma linguagem universal, algo que vale para todas as partes do universo e que qualquer civilização avançada teria embutida em sua enciclopédia. Essa linguagem universal é a ciência e a matemática. Em todos os lugares existem os mesmos elementos controlados pelas mesmas leis e regras e forças. Somos uma civilização emergente que acabou de entender os princípios da radioastronomia. Os ETs devem ter feito uma mensagem clara e simples para que possamos entender. Somos meio lentos, embora temos computadores que podem decodificar qualquer informação e pensam quase na velocidade da luz, nós que precisamos identificar e interpretar os resultados.

Precisamos de um método de busca e de uma possível conversa barato e que atravesse grandes distâncias, coisa que nenhuma das Voyagers foi. Por incrível que pareça esse método existe, chama-se radioastronomia. Temos telescópios gigantescos que recebem ondas de rádio, assim como enviam, das profundezas do espaço e os focaliza no braço de alimentação de uma antena bem acima, que por sua vez está conectada a um centro de controle, onde o sinal é analisado. Ondas de rádio viajam à velocidade da luz, 300 milhões de km por segundo. Nessa velocidade uma mensagem pode chegar no Sol em 8 minutos, uma viagem que gastaria alguns anos indo de foguete. Poderíamos conversar com algum planeta a 15 mil anos luz de distância, desde que tenha um outro aparelho parecido nesse planeta, só temos que saber para onde apontar. Radiostronomia é comum na natureza, pulsares e quasares emitem tal tipo de sinal. Além disso ele não se perde ao longo do percurso e com poluição nem com outros tipos de interferência. As ondas de rádio são muito eficiente, como o rádio é uma das ondas do espectro eletromagnética, qualquer sinal em todos os espectros pode ser detectado, por emitir no mínimo uma parte de rádio. Pode haver algo mais barato e eficiente, mas uma civilização avançada deve imaginar que nós, uma civilização emergente e não avançada, deve optar por usar rádio, rádio é barato e simples. Talvez eles podem ter que tirar seus equipamentos de rádio do museu para usar.

Será que de fato existe alguem para escutar? Talvez quando olhamos o céu noturno tenha um radiotelescópio apontado para algum lugar buscando algum sinal de vida, talvez um sinal de socorro. Para uma civilização poder falar com a gente ela com certeza deve ser tecnicamente avançada. Isso pode ser uma chance de 1 em 300 trilhões, literalmente podemos ser o único planeta habitado por uma civilização técnica, ou podem ter outros por aí. Temos trilhões de estrelas em cada uma das 100 bilhões de galáxias. Até onde sabemos, pelos experimentos em laboratório, a vida pode ser facilmente gerada, os pilares das formas de vida que conhecemos estão espalhados por todo o Cosmos, mas não parece ser assim que a banda toca. A vida parece ser algo muito improvável e difícil de acontecer, mesmo com milhares de trilhões de laboratórios espalhados por aí, os planetas. Além disso, formas de vida inteligênte são muito complexas e difíceis de acontecer, a improbalidade de eventos que aconteceu na terra para termos vida inteligênte mesmo depois da vida de fato é um milagre, teve a morte dos dinassauros, a era do gelo que nos fez sair das árvores e ir para a caverna, o que tornou nossa posição ereta, além disso sobrevivemos a uma quase guerra nuclear durante a guerra fria. Sobrevivemos a peste negra, a queda de roma, a queda do sistema feudal, a segunda guerra mundial e a várias outras crises.

Fonte: Cosmos, Carl Sagan(livro)

A equação de Drake analisa todos esses fatores. Primeiramente devemos considerar o número de planetas na nossa galáxia, vamos desconsiderar as outras galáxias porque estão muito longe e não poderíamos nos comunicar de qualquer jeito. A Via Láctea tem trilhões de estrelas, a maioria com massas pequenas o suficiente para não esgotar toda a sua reserva tão cedo. Duram bilhões de anos. Planetas são companhias frequentes e comums a estrelas. Muitas estrelas tem planetas, talvez até a maioria. Se considerarmos que 1/3 das estrelas possuem cerca de dez planetas, então teríamos cerca de 1 trilhão de planetas. Mesmo no nosso sitema solar temos vários potenciais para vida, como Marte e Titã. Uma vez originada, a vida é bem adaptável e tenaz. Deve haver bastantes ambientes prováveis para vida. Vamos considerar apenas 2 o número de planetas por estrela com ambiente que existe chance de vida. Experimentos demonstram que nas condições cósmicas a base molecular da vida é produzida prontamente. Lembrando que a maioria dos planetas tem bilhões de anos, vamos considerar que já teve vida em 1/3 desses planetas, ou ainda tem. Algo como 100 bilhões de mundos. Claro que isso é uma especulação bem otimista. Agora chegamos na parte mais complicada, por incrível que pareça. A complexidade para uma vida se tornar inteligênte é bem alta. Ainda mais para essa civilização poder ser tecnicamente avançada. Mesmo que ela não se destrua, o que é bem provável, o nível técnico é bem difícil de alcançar, com toda a repressão que teve ao longo da história contra a ciência, é impressionante que tenhamos chegado num nível técnico. Nivel técnico é quando uma civilização alcança a capacidade de produzir radiotelescópios. Ficamos 1000 anos em uma idade das trevas, onde todo o conhecimento novo era heresia. Com todas essas dificuldades vamos considerar que apenas 1% das civilizações inteligentes alcançaram o nível técnico.

1 bilhão de planetas em que uma espécie inteligênte chegou ao nível de uma civilização técnica. Agora temos outro problema. Em apenas 0,000001% do período da história a terra teve uma civilização técnica. E nesse período quase nos destruímos várias vezes. E querendo ou não daqui a 5 bilhões de anos o Sol vai nos matar. Isso com certeza acontece com outras civilizações técnicas. Elas provavelmente também possuem bombas de hidrogênio, talvez bombas ainda mais complexas. E podem se destruir, assim como quase aconteceu. É inevitável que mais cedo ou mais tarde todas as civilizações inteligentes morram, a questão é descobrir quantas conseguiram sobreviver até agora. O número final deve ser 10, isso numa especulação otimista. 10 civilizações inteligentes em toda a galáxia. Na verdade as chances de sermos apenas nós, considerando as variáveis citadas anteriormente, é muito muito grande. As civilizações tendem a se destroir quando chegam no ponto técnico de avanço. Pelo menos nós fazemos isso. Agora, podem também existir milhões de civilizações inteligêntes na galáxia. O ponto mais crítico por incrível que pareça é a política e a economia, a natureza humana. A maior taxa de morte de civilizações, caso elas tenham a mesma natureza que nós, será por autodestruição. Devemos também lembrar que aquecimento global não acontece apenas an terra, aconteceu em Vênus.

Se de fato existem milhões de civilizações espalhadas pela galáxia de modo mais ou menos aleatório, a civilização mais próxima deve estar a 200 anos-luz de distância. Mesmo nessa distância levaria 200 anos para a luz chegar lá. Se Kepler tivesse enviado uma mensagem de rádio ela chegaria lá hoje. Consideramos que as civilizações extraterrestres são mais avançadas porque acabamos de aprender como se usa um radiotelescópio, se elas se comunicam conosco estão no mínimo mais avançadas que a gente. Para onde apontar? Hoje estamos bem avançados e essa área, a de astrobiologia, é bem avançada hoje. Veja o artigo sobre os Exoplanetas e também sobre Radioastronomia.

Não somos conhecidos por ter uma boa recepção, pelo menos não a humanidade de forma geral mas os brasileiros são ótimos nisso. Os europeus que não aceitaram e dizimaram a população de nativos.

Embora isso contradiga o legado de Aristarco e Copérnico, podemos ser os primeiros. Uma civilização mais avançado que a gente poderia chegar aqui, no mínimo mandar uma sonda perto daqui viajando a 1% da velocidade da luz. Talvez exista um pacto intergalático como em Star Trek de nãi interferência em civilizações emeergentes. Eles devem estar esperando para ver se conseguiremos não nos destruir. Ou talvez eles estejam apenas não interessados em estudar o sistema solar, ele de fato não apresenta nada de muito promissor, é claro que eles não saberiam que é bem promissor. Devem estar olhando para outro lugar, outro sistema. O processo de expansão de uma espécie para outros mundo é bem demorado e difícil. As explorações espaciais para mundos e sistemas profundos mais ainda. Talvez eles cheguem aqui apenas atravez de uma viagem de exploração de uma colônia de uma colônia. Também existe o problema de limite de população, uma população desemfreada pode acabar consumindo os recursos de vários planetas, assim como uma população em recessão pode acabar ficando velha demais para explorar, assim como pequena demais para habitar. Uma estimativa é que para uma civilização nos 200 mil sóis mais próximos deveria ter 1 milhão de anos de experiência depois do surgimento do primeiro radiotelescópio para "esbarrar" com os sistema solar. Isso com muita sorte. Só temos radiotelescópios a pouqíssimo tempo. O que poderíamos fazer com tanto tempo? Bom, explorar. Uma civilização com 1 milhão de anos a mais que nós seriam tão avançados quanto somos em comparação com um macaco. Não estou brincando nem exagerando. Será que uma civilização tão avançada se preocuparia com algo desse tipo? Será que eles continuariam a explorar as estrelas ou apenas se preocupar com os problemas da física moderna, provavelmente já teriam descoberto a maioria dos problemas atuais. Eles também podem ter se destroido no processo. A possibilidade de duas civilizações se encontrarem no mesmo nível de avanço é impossível, elas sem dúvida se encontrariam em níveis diferentes de evolução, uma dominaria a outra. Mas não devemos nos preocupar com isso, uma civlização que alcançou tal nível deve ter aprendido a conviver com outros e consigo mesmo. Ou podem ter sobrevivido tanto por serem tão terríveis e tão opressores que nenhum caso de rebeldia com sucesso ocorreu. É bem improvável mas possível.

Um encontro com uma outra civilização seria bem diferente, iríamos nos preocupar uns com os outros e queríamos entender a evolução e a cultura de cada um. Política, econômica, artes, tecnologia, ética e filosofia. Tudo poderia ser compartilhado e aprendido. Como a transmissão seria feita por rádio a longas distâncias e seria apenas compartilhado informações científicas, a maioria matemática, a comunicação não seria tão difícil. A busca é a parte mais difícil, desde convencer os governos do mundo até achar de fato alguem no grande espaço vazio que é o universo. Outras civilizações podem ter o mesmo problema. Mesmo que não achassemos nada lá fora teríamos um grande avanço no nosso entendimento do universo e também tecnológico. Vejam o filme A Chegada, ele fala muito sobre comunicação com raças alienígenas. Poderíamos transmitir petabytes de dados com rádio. Se de fato descobríssemos estaríamos interessados em coisas que não nos interessamos na terra, como sistema social, econômico, político, religião e tudo mais. Animais que existem lá, comida, tempo, relações, expressões da língua, comportamento, filmes, tudo mesmo. Teríamos um crescimento tecnológico incomensurável. Uma Encyclopedia Glactica seria feita, uma espécie de guia do mochileiro das galáxias, tudo armazenado em um pendrive, como no filme Lucy, com todo o conhecimento de duas civilizações inteiras juntas. Iríamos iniciar um diálogo, um bem demorado considerando a distância, mas ainda assim um diálogo. Nossos descendentes receberiam a próxima informação. Quem sabe depois, num planeta muito distante, outra civilização pedisse para receber uma cópia da Encyclopedia par ase juntar a comunidade das civilizações galáctivas.

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